Seguindo o aumento de casos de insônia pelo mundo, novos
métodos para melhorar a quantidade e qualidade das horas de sono são
frequentemente descobertos. Dez a quinze por cento da população tem insônia nos
Estados Unidos. As medicações têm apresentado resultado bem adequado, quando
associado a mudanças dos hábitos e crença de sono. Foram prescritos 60 milhões medicamentos
para insônia em 2011, com aumento de 20% sobre os últimos cinco anos. O campeão
de vendas no mundo foi a Trazodona, nome comercial Donaren®.
Frente a essa demanda, medicamentos para insônia acabam por
surgir no Brasil nos últimos cinco anos. Temos disponível no Brasil
benzodiazepínicos (tarja preta) não hipnóticos, dois não-benzodiazepínicos GABA
(zolpidem e zopiclone) e em breve, receptor de melatonina Ramelteon.
Ao mesmo tempo, existem alguns remédios que realmente podem
te ajudar ao serem consumidos da maneira correta. É verdade que, ao serem
consumidos arbitrariamente e sem recomendação, sua insônia pode não ser
alterada, ou até piore. Tendo dito, separei este artigo para você finalmente
descobrir quais são os melhores remédios para dormir melhor e combater a
insônia. Vamos lá!
Quais são os medicamentos para insônia?
Os medicamentos na farmácia que não precisam de receita
médica podem ser comprados caso você deseje começar a combater a insônia antes
de consultar um profissional. Importante sabermos que podem hvaer efeitos
colaterais e interações medicamentosas. Nenhum remédio é livre desses efeitos. Importante
evitar abuso, a maioria destes medicamentos podem ser úteis temporariamente.
Abaixo, segue a lista dos principais:
1.
Álcool – cerveja, vinho, uísque, cachaça, conhaque,
licor, espumante.
Apesar
de proscrito como tratamento pelos médicos, estudo americano em Detroit mostrou
que 13% dos entrevistados havia usado álcool no ano anterior para tentar dormir.
Além de propiciar dependência, o álcool não exerce bom efeito sobre o sono. Ele
causa uma fragmentação do sono, tornando-o mais leve. Atualmente atribui-se
muito do efeito da ressaca à má qualidade de sono.
2.
Passiflora – Ritmoneuran, Tensart, Pasalix, Seacalm,
Sintocalm, Ansiodorom, Calma, Cardiopax, Neurexam
A
passiflora nada mais é que o maracujá. Você pode fazer um suco em casa se
quiser. Vem na dosagem de 35 mg. Estudos mostram efeitos discretos. A indústria
farmacêutica bate bastante nessa tecla pois o remédio não precisa de receita
médica e é de baixo custo de produção. Algumas propagandas com um nome
sugestivo, mulheres de meia idade serenas, calmas e plenas é o suficiente para
alavancar as vendas. Se funcionou para você temos duas opções: você tem muita
sorte, ou foi efeito placebo.
3.
Difenidramina – antialérgico
São
mais conhecidos por seu efeito antialérgico, causam sonolência por efeito
colateral ao penetrar o sistema nervoso central. Funcionam no começo, em uma
viagem, por exemplo. Após 4 a 5 dias perdem o efeito de sono, porém ainda
causam risco de acidentes. Tal efeito é descrito em bula, não sendo recomendado
dirigir veículos sob efeito deles.
4.
Melatonina – até o momento somente por
manipulação
Estamos falando de um hormônio que é produzido pelo nosso
próprio organismo, tendo a função primária de regular o ritmo circadiano. Esse
ritmo é o nosso relógio biológico. Falo sobre isso no Curso AutoAjuda da Insônia e no meu canal do youtube..
A produção da melatonina é controlada pela exposição de luz,
sendo estimulada logo ao anoitecer. É por conta disso que é bem difícil
adormecer em ambientes que possuam claridade. Ainda não se sabe ao certo a real
ação da melatonina como indutor do sono, acredita-se estar relacionada ao
efeito GABA, neurotransmissor que inibe a atividade dos neurônios.
Ao tomar a melatonina, ela irá ajudar em caso de distúrbios
do seu sono relacionados a alterações no ritmo circadiano. A ação da melatonina
é reduzida com o envelhecimento, sendo possível que pessoas com mais idade se
beneficiem da medicação para produzir sono.
Como a melatonina do corpo (endógena) atua relacionada ao
ciclo claro-escuro, luz-noite, é esperado que deva haver um horário correto
para seu uso. Aqui muitas pessoas se equivocam, tomam a melatonina pouco antes
de ir para a cama. O ideal seria tomar logo após o anoitecer, na dosagem
preconizada pelo médico. Tomar o remédio muito tarde causa sonolência, fadiga e
sensação de “bebedeira ou ressaca” na manhã seguinte, efeito residual da droga.
Medicamentos mais utilizados para insônia
Temos vários medicamentos para insônia.
Inicio falando dos chamados Benzodiazepínicos, medicamentos
vendidos em caixa com tarja preta, pelo risco de morte e efeitos colaterais
graves. Têm efeito ansiolítico, relaxante muscular e anticonvulsivante. O medicamento
atinge o cérebro e se liga aos receptores “GABA”, onde se relacionam também com
regulação de temperatura do corpo, sensibilidade, atividade endócrina,
respiratória e cardiovascular.
Dentro da medicina do sono, medicações tarja preta, os
‘zepams” são última escolha no tratamento da insônia. Raramente prescrevemos
essas medicações para maioria dos insones. Não queremos efeitos indesejados como
dependência, tolerância e abstinência.
Apesar de prescrevermos pouco, o Brasil é campeão mundial no
uso de benzodiazepínicos. Possivelmente prescrito por médicos não
especialistas. Fiz uma lista dos medicamentos comumente prescritos, sendo eles:
5.
Flurazepam – Dalmadorm
Apresentação
única em comprimido revestido de 30mg. Problema: fica no corpo de 48 a 120 horas!
É um dos poucos benzodiazepínicos hipnóticos, junto com o estazolam
6.
Estazolam – Noctal
Um
dos poucos com efeito para o sono realmente. Comprimidos de 2mg.
7.
Alprazolam – Frontal, Apraz, Constante
Dose
mais comum: 0,25 a 1 mg.
8.
Bromazepam – Lexotan, Somalium, Lexfast
Dosagem
mais comum 3mg a noite.
9.
clonazepam – Rivotril, Clopam
Certamente, o mais famoso. O Rivotril, também é utilizado nos
casos de ansiedade, depressão, agorafobia e sindrome do pânico. Vem em
gotas ou comprimidos.
10. Diazepam
O
mais barato, disponível na rede do SUS. Fica de 30 a 100 horas circulante no
corpo. Isso mesmo! Até cem horas circulante no seu organismo!
11. Zolpidem
– Stilnox;
Lioram; Patz SL; Zolfest D; Noctiden, Sonotrat CR, Zolpirest, Turno, Insonox,
Zolpaz, Prompt, Zylinox, Stilram
Zopiclona:
Imovane 7,5mg
São
drogas mais novas, com efeito semelhante ao dos benzodiazepínicos (zepams),
porém com menor potencial de dependência. Deve ser ter cuidado com uso em
idosos, por aumentar o risco de queda e fratura. Cuidado também com a dosagem
em mulheres, que deve ser iniciada na menor dose da apresentação, 5mg, no caso
do zolpidem. Iniciam seu efeito de sono em 20 minutos, sem muita diferença
entre as formulações. Existe ainda a apresentação em liberação prolongada, que
pode ser útil na insônia de meio de noite, onde o zopiclone também é boa opção
por durar mais tempo no organismo. Em média permanecem 2,5 horas circulantes.
Dentro
da medicina do sono, tentamos sempre utilizar essa medicações para insônia aguda,
casos mais pontuais. Evitamos o uso a longo prazo, mais que 3 a 6 meses.
Infelizmente observamos uma parcela das pacientes que acabam “adorando” a
medicação e têm medo de interromper o uso. Para essas pessoas, é mais fácil
viver renovando a receita do que fazer um acompanhamento médico e tentar o
desmame. Ou o profissional não tem interesse em comprar essa briga. Simplesmente
é mais fácil continuar...
12. Lorazepam
– lorax, lorapan
Vantagem
de são ser metabolizado pelo fígado, útil em etilistas, alcoólatras, boêmios e
afins. Dose habitual 2mg
13. Quetiapina
– Seroquel, Atip, Tracox, Queopine, Quet, Kitapen, Aebol, Querok, Quetibux,
Quetipin, Quetiel, Quetros, Queropax, Neotiapim
14. Trazodona
– Donaren, loredon
Droga
mais utilizada para insônia em registros mundiais. Tem efeito hipnótico
interessante, não causa os efeitos negativos dos benzodiazepínicos. Utilizamos
na dose de 25 e 50mg. Facilita o início do sono e pode aumentar o sono
profundo, permite maior estabilidade do sono.
15. Duloxetina
– mais utilizado quando coexiste um transtorno depressivo.
Essas
foram minhas considerações sobre os medicamentos. Nada disso exclui que você
converse com seu médico. O objetivo é lhe munir de informações para não ficar
perguntando o óbvio na consulta. Um abraço, durma bem. Dr Franco Martins.